Só o cume interessa: Dedo de Deus, PARNASO - RJ

Uma das montanhas mais icônicas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o Dedo de Deus sempre esteve nos meus planos de escalada, quando eu estivesse 'mais experiente'. A oportunidade surgiu em agosto de 2015, quando tive um período de folga e coincidiu com um período de tempo bom em Teresópolis. Combinei essa empreitada com o Hamilton, Magina, Thiago e Magrão, sendo esse o nosso guia, já que todos os outros estariam indo pela primeira vez.
Momento único nesse tempo que escalo
Na noite anterior, Hamilton e eu fomos dormir na casa do Magrão, em Piabetá, para podermos chegar mais cedo na trilha. Acordamos em torno das 5:00 e partimos para Teresópolis, onde tomamos café na rodoviária. Depois voltamos para a estrada, onde encontramos o Rafael e o Thiago no Paraíso das Plantas. Deixamos os carros, separamos os equipamentos e partimos para a trilha, em torno das 6:50.
Caminhadinha pela estrada até a entrada da trilha

O Dedo de Deus visto da estrada, com os primeiros raios de sol
A trilha é bem pesada, sendo íngreme todo o tempo. Eu tentei manter o ritmo, mas quase morri até chegar ao primeiro lugar de descanso...rsrs. Levamos em torno de uma hora nesse trecho. Aproveitamos para tirar algumas fotos e fazer um lanchinho rápido.
Chegando ao primeiro ponto de parada, logo antes de começar o trecho de cabos de aço
 A próxima parte foi o cabo de aço, e aqui foi onde meu espírito quebrou. Logo no primeiro cabo escorreguei e já esfolei uma mão. Continuei a subir assim mesmo, porque não ia desistir logo ali. Recomendo muitíssimo o uso de uma luva, pois depois de uma hora e meia me puxando para cima, minha mão só reclamava. Não via a hora da tortura acabar. Foi uma emoção quando finalmente acabou e chegamos numa espécie de mirante, em que era possível ver a serra e a estrada.

Quando a escalada começou mesmo...

Agora começaria a escalada propriamente dita. Nos separamos e fizemos duas cordadas: eu e Hamilton, Magina, Thiago e Magrão. O trio foi na frente, já que o magrão já conhecia o caminho. Depois Magina subiu. Hamilton seguiu. Thiago foi puxado e logo depois chegou a minha vez. Esse início é uma mistura de trepa pedra, seguido por um entalamento de meio corpo. A parada é feita numa gruta, onde se escolhe continuar por uma chaminé (a blackout) ou por fora, pelo diedro, a Maria Cebola.
Vista da estrada durante a escalada
Dessa vez, fizemos um lanche reforçado, pois a fome já estava apertando. Seguimos pela maria cebola, que dá um medinho de entrar. A gente sobe numa árvore e dá um passo para frente, a fim de entrar na rocha, só que essa distância é grande. Com as minhas pernas curtas, precisei literalmente de um empurrão do Thiago, e uma roubada na costura. :p
Mais uma pausa pro pãozinho
Como já estava cansada, foi difícil subir essa parte. Até me rastejei, para ver o nível de fadiga...Mas o importante foi que consegui passar. Agora iniciaria as várias chaminés, que seguiriam praticamente até o final. Aqui é importante usar joelheira. Passamos pelo pulo do gato, onde chegamos numa gruta bem grande. Agora só restava o passo do gigante e a escadinha que levava ao cume. Sobe-se o passo do gigante em chaminé; dependendo da sua altura, você terá que subir mais ou menos. No meu caso, eu tive que subir muito, até quase a cabeça encostar no meu peito, até eu consegui alcançar com o pé o outro lado. De resto, foi uma escalada fácil até a escada.
Finalzinho da escalada, chegando a escada para acesso ao cume
Alcançamos o cume em torno das 14:00. Aproveitamos muito o visual dali. O tempo estava perfeito. Lanchamos, tiramos fotos, liguei para o meu pai para avisá-lo do feito. Mas só tínhamos percorrido a metade; precisávamos descer.
Hamilton, Rafael, Thiago e eu no cume

Deixando a nossa marca no livro de cume

Curtindo o visual
O rapel é feito pela via Texeira. Emendamos as cordas e o Magrão montou o rapel dele. Ele foi na frente para fixar a parte de baixo da corda, já que o rapel era negativo. Finalizado o rapel, continuaríamos pelos cabos de aço. Como a minha mão estava muito maltratada, continuamos fixando as cordas e descendo em rapel, o que até agilizou o processo de descida. Terminamos a parte dos cabos com as últimas luzes do dia. Descemos a trilha e chegamos na estrada por volta das 19:00. Estava esgotada, mas muito feliz. Finalizamos o dia comendo um pastel com calda de cana, que desceram muito bem. 
Cara de cansada, em um dos mirantes do rapel

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