O paradoxo de Paracas: entre o mar e o deserto!

Após ter uma noite 'reinando no trono' ao som da boate peruana, preciso confessar que estava desanimada com a vida. Foram poucas horas dormidas de fato, além de sentir o mal-estar só aumentar. Mas não ia perder tempo me lamentando na cama e segui em frente. Sem fome, nem me preocupei com o café da manhã. Pegamos as nossas mochilas e partirmos para a van que iria nos levar até o porto de Paracas, há uma hora dali. 
Ilhas Ballestas
Na orla do centro de Paracas
Chegamos no porto, pagamos a taxa de uso dele mais a taxa de entrada no parque nacional. Existe uma certa organização por trás de todo aquele caos. Gente para todo os lados. Fomos direcionados para o barco, que deveria ter umas 50 pessoas no total, e que nos levaria até as Ilhas Ballestas. A primeira 'atração' foi o Candelabro, uma figura gigante esculpida na areia, que ninguém sabe como apareceu ali. Contudo, o mais interessante é a vida que habita aquele pedaço do planeta. São muitos leões marinhos e vários tipos de pássaros. O único revés é o risco de ser alvo de um cocô perdido...kkkkkk
O Candelabro

Aves posando para a foto rs

Está vendo esses pontos brancos? Não?...
Olha aí no zoom o que são... :o

Os leões marinhos descansando
O passeio levou umas duas horas, retornando em torno das 11 para Paracas. Aproveitamos para tomar café num dos restaurantes na orla, antes de trocarmos para o micro-ônibus que nos levaria até a reserva. Avisamos ao motorista que pegaríamos o ônibus de 15:30 e ele falou que não haveria problemas (guardem isso). A primeira parada foi no Museu da Reserva, que conta um pouco do período pré-histórico dali. Também há um caminho para um mirante, onde podemos ver o Oceano Pacífico. Apesar de estarmos no deserto, ventava forte e fazia frio. Depois, fomos explorar um mirante mais a frente, onde era possível avistar a Catedral, um monumento natural de pedra, que lembrava uma catedral, antes de ser parcialmente destruída pelo terremoto de 2007. Há uma placa com uma foto antiga ali. Outro destaque é a playa roja, que possui uma areia de cor bem vermelha.

O caminho entre o museu da Reserva de Paracas e o Oceano Pacífico

O que restou da Catedral

Playa roja
A última parada foi num ponto pesqueiro, onde os restaurantes se localizavam. Uma tática dos guias ganharem uma comissão ao indicar o restaurante do almoço. Como ainda estava sem fome, preferi explorar o lugar. 
Uma viela pesqueira, onde a galera almoça
Estava chegando a hora do nosso ônibus partir para Lima, e nada dos guias se mexerem para levar-nos de volta. Depois de relembrá-los mais umas três vezes, puxei todo meu espanhol para rodar a baiana! rsss. Aí sim eles tomaram alguma atitude. Chegamos na garagem da Cruz del Sur em cima da hora, faltando apenas a gente para embarcar.

Pelicanos de boa
A minha estamina estava baixa, e acabei não curtindo muito os passeios desse dia. O percurso de 4 horas de Paracas até Lima foi muito tenso. As piores dores de barriga da minha vida. A hora não passava e o sofrimento só aumentava. Assim que o ônibus estacionou, fui procurar o banheiro. Não tava fácil. Depois de refeita, conseguimos já despachar as mochilas para Huaraz. Restava agora só matar o tempo. Decidi procurar uma farmácia para me medicarem adequadamente, já que o floratil que eu levei não estava dando conta. Lá, expliquei à farmacêutica o que estava acontecendo, e ela me deu dois tipos de comprimidos para tomar nos próximos três dias. Foram os 10 soles mais bem investidos nessa viagem! Na volta para a rodoviária, os meninos pararam para comer. Eu continuei sem fome, então pulei essa parte. Agora, era só embarcar e curtir mais uma noite de sono no busão, e dessa vez sem sofrimentos abdominais...

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