Chegamos no termini (terminal de trens, um pouco parecido
com a Central do Brasil) lá pelas 7 da matina, depois de não ter dormido quase
nada, ter feito as transferências na madrugada e aguentado o ser roncador
fedorento na cabine. Perguntamos como chegar a Trastevere, bairro onde
reservamos o nosso B&B. Descobrimos que se compra o ticket em máquinas
automáticas espalhadas na rua. Adentramos o busão com aquela de turista normal.
Subiu um guardinha e p falou qq coisa pra gente em italiano e mostramos o
ticket pra ele. Depois ficamos sabendo que precisava validar o ticket dentro do
ônibus (ou tram), se não tu paga multa. Daquela vez não pagamos, mas fica a
dica. Não tivemos incidentes e chegamos ao nosso B&B: quarto com banheiro
compartilhado, mas apenas com mais um quarto e nunca vimos os seres ao lado. A
dona do lugar disse que estaria todo dia de manhã no apartamento para arrumar o
café, mas tb nunca vimos. Como as coisas ficavam na cozinha mesmo, a gente
preparava o café e ainda fazia o lanche da tarde...hehe. Naquele dia nem
descansamos. Tomamos banho e partimos pra rua. Aqui vale um parênteses: na
minha mala eu tava carregando os três vinhos gregos comprados em Olympia, e na
mochila a máscara de Veneza, ainda inteira. Consegui essa proeza.
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Largo di Torre Argentina |
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Arco de Constantino ao fundo |
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Foro Romano |
Não lembro muito o que fizemos por dia, mas darei uma visão
geral do que pode ser feito. A gente comprou um passe de transporte de três
dias (ficamos quatro lá) que dava direito a usar o que quiser. Pegávamos o tram
até um ponto da cidade, andava por lá, e depois tram de volta pra casa. Gosto
muito desse esquema. Pontos obrigatórios: coliseu (apesar da fila imensa que
pode ser pulada com o boleto turístico, mas para mim não estava à vendo quando
fui lá), foro romano que fica do lado e o palatino (museu capitollini tb fica
perto), o panteon (onde tá o túmulo de Rafael), piazza Navona, Espagna e
Venezia, o monumento a Vitorio Emanuel, a Fontana di Trevi (tanto à noite
quanto de manhã; não esqueça de fazer o seu pedido).
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Fontana à noite |
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Fontana di Trevi - meu pedido e a moeda de 5 centavos |
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Basílica de São Pedro |
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No alto de Trastevere |
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Estátua de Anita Garibaldi |
Para comer e beber. Coma bastante massa e pizza. Saladas de
entrada. Vinho da casa. Ótimos e baratos. Atenção: por mais que a pizza seja
grande, italianos fazem cara feia quando pedimos pizza para dividir. Já que o assunto é comida, vamos aos causos. Primeiro, quando chegamos à Roma, a grana tava curta. Passamos a comer pizzas ou paninis das barraquinhas de rua na hora do almoço, que custavam apenas 4 euros. Posso dizer que almocei nas escadas do museu do Vaticano, antes de ser expulsa como todos que estavam lá. Não comam a de salmão defumado, me deu piriri
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Panini na escada do museu do Vaticano. |
Ainda na pizza, fomos uma noite aproveitar a
tão famosa noite de Trastevere. Entramos numa pizzaria e fizemos o nosso pedido
(uma pizza pra mim e um calzone pra Larissa, e uma jarra de vinho da casa).
Quando fomos ver, o vinho foi tirado de uma máquina parecida com uma chopeira;
estranho, mas nd demais. Qdo olhamos pra cima vimos duas caveiras: uma ‘normal’
e outra fumando um baseado....bizarro! Como já tínhamos feito o pedido, lá
ficamos. Pelo menos a comida tava gostosa e o vinho era bom.
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Na frente, a máquina do vinho da casa. Ao fundo as caveiras e o baseado. |
No último dia, estávamos duras. Eu tinha apenas o dinheiro
do taxi e do quarto. Larissa nem isso tinha. Resolveu ir ao Santander para
sacar dinheiro. Foi uma saga chegar até lá, já que ficava no subúrbio. Como era
o nosso quarto dia, o nosso passe do transporte tb não valia mais. Resultado,
demos calote mesmo...Chegando no banco, fomos informadas que a rede é diferente
e não poderíamos fazer o saque. Acabou que ela conseguiu sacar num caixa
eletrônico mesmo.
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Bônus: três cofrinhos aleatórios na saída da igreja |
Detalhe: nesse dia acordamos com a cidade cheia de policial
pelas ruas. Houve uma manifestação de estudantes, que atacaram o ministério da
Educação que ficava bem perto da gente, e depredaram vários caixas eletrônicos.
País de cultura latina é assim mesmo. À noite queríamos comer algo bom e saímos
à procura de um restaurante que aceitasse cartão de crédito. No primeiro, nos
atendeu uma senhorinha que era ríspida, mas nos tratou que nem vó. Quando
perguntamos se aceitava cartão, falou que não. Fomos então a um outro, que por
sorte nos atendeu um italiano que tava aprendendo português! Fomo muito bem
atendidas, ganhamos shot de limonccelo e grappa, bebidas locais. Pedi o melhor
risoto da minha vida. Foi uma ótima despedida da Itália.
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O melhor risotto da minha vida |
E por que não gosto da Itália: Seu povo é muito
ríspido! A galera fala contigo em voz alta, balançando as mãos. Eles balançam
as mãos até falando no telefone. A gente levou fora do motorista do buzão, da
senhorinha do castelo de San Angelo, os adolescentes ficavam apontando pra
gente e rindo, parecíamos que éramos ETs. Além da bagunça que brasileiro faz em
tudo quanto é lugar. Tinha vezes que eu falava com Larissa em inglês para não
reconhecer a gente como brasileira. Voltaria pra lá? Claro, a comida é boa, os
lugares são interessantes, respira história. Mas não combinaria com a Grécia de
novo. Muita ruína, coisa quebrada junta. Ah sim, a máscara de Veneza, que me
deu tanto trabalho pra carregar, esqueci no B&B. Mandei email pra dona e
ela até enviaria pra mim, mas custaria 100 euros, pra algo que paguei 10 euros.
Então, se vc passar em Veneza, compre uma máscara de carnaval pra mim!
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