No berço das Grandes Civilizações

Tanta coisa tem acontecido nesses últimos dias, que há mais de um mês não venho escrever. E tenho motivos: viagem pra Montevidéu, travessia Marins-Itaguaré, a minha cirurgia e as férias. Por causa desse último, resolvi falar por agora justamente da minha segunda viagem à Europa. E o engraçado é que ela ocorreu somente 9 meses da última, ou seja, em setembro de 2011. Como ela surgiu? Larissa e eu resolvemos viajar juntas para a Grécia e Turquia, e tudo quanto era site indicava que devíamos fazer um cruzeiro por lá. Procurando pelos mais baratos, nos deparamos com a Vacations to Go, uma agência americana de cruzeiros, que tem atendimento em português. E conseguimos a maior pechincha de nossas vidas: 8 dias de cruzeiro, all inclusive (com bebidas alcoólicas), passando por Grécia, Croácia e Itália, por míseros R$1200,00 (isso mesmo, reais! Com as taxas inclusas!). Nem preciso dizer que a viagem foi montada em torno desse cruzeiro e deixamos a Turquia para uma próxima oportunidade. Por fim, fiquei um dia em Atenas antes de subir no cruzeiro, que terminou em Ravenna, na Itália, de onde esticamos para Roma.
Como é bom lembrar que naquela época o euro tava R$2,70. Olho para a cotação hoje e tenho vontade de chorar, mas enfim, nos adaptamos ao meio, já aconselhava nosso querido Darwin. Logo depois do casamento do meu irmão, eu teria duas semanas antes de viajar (que eram para ser aproveitados com o americano, mas o namoro acabou depois que comprei a passagem, e a taxa de remarcação era absurda de cara...coisas da vida). Com o ócio tempo livre, resolvi que ficaria “negona” pra agradar a gringarada, e tive a ‘brilhante’ ideia de tomar sol do meio-dia sem protetor solar... foi a pior queimadura que tive! Em vez de ficar negona, fiquei um puro pimentão, descascando horrores #fail.
Cara de quem perdeu o avião em Barajas
É claro, como toda viagem tem que ter sua emoção, na época que eu viajei, estavam ocorrendo todas as greves possíveis na Grécia.  Meu voo foi pela Ibéria, com escala em Madrid. Nessa época, Barajas estava deportando vários brasileiros...óbvio que nem fiquei ansiosa; brasileira, solteira, sozinha, passando por uma imigração nem um pouco amigável. Mas fui com fé. O avião decolou com uma hora de atraso, e esse é um detalhe importante, porque quando cheguei em Madri faltavam exatamente 15 minutos para a minha conexão da Grécia partir. Avião pousou, peguei a minha mochila e sai correndo literalmente pelo aeroporto, procurando a primeira tela de voos. Achei o meu, vi que ele estava confirmado e o desespero só foi aumentando...cheguei no raio-x, já coloquei a minha mochila e ia passar pelo detector de metais quando a mulherzinha começou a reclamar comigo, num espanhol ininteligível, apontando pra bandeja. Aí peguei a minha mochila e coloquei na bandeja, mas ela continuou reclamando. Ela devia ta vendo a minha cara de desespero quando pegou os meus eletrônicos, colocou na bandeja e a mochila fora da bandeja. Ahhhhhhhhhhh, era isso que ela queria! E ainda me perguntou “No intiende espanhol?” E eu respondi com um sonoro No! Claro que a saga pela conexão não acabou, ainda ia passar pela aduana. Nem tinha tempo de ficar nervosa, fui na cara e na coragem. Mostrei o meu passaporte pro oficial, que nem disse nada, nem olhou pra minha cara, carimbou o passaporte e me liberou. Agora, corro em direção ao portão, procuro, procuro e quando acho, nenhum avião! Desespero começa a tomar conta, perdi o maldito avião. Me aproximo de um cara que tava sentado, procuro meu péssimo espanhol pra perguntar se o avião tinha partido e ele me responde, no agradável português: o voo foi cancelado; vai até o balcão da Ibéria para remarcar o próximo voo. Ufa, uma sensação de alívio percorreu o meu corpo. Consegui resolver no balcão o voo, que sairia dali a três horas.
Aeroporto de Madri - aguardando a boa vontade dos controladores gregos

Metro do aeroporto de Atenas. Até parece o nosso daqui...#sqn

Chegando na Grécia, as surpresas não acabaram. Fui para a esteira esperar a minha mala, e depois que eu vi as mesmas três últimas malas passarem 10 vezes, dei por conta de que a minha mala não tinha chegado... Em resumo, estava num país estranho, com uma língua estranha, sem lenço nem documento (quase...rsrs). Fui até a mulherzinha do balcão da ibéria para abrir a reclamação e ela conseguiu entender bem o meu inglês. Entreguei o papel da reserva do hostel, ela anotou o endereço e disse que no dia seguinte minha mala estaria lá. Acreditei e fui tentar ver se o metrô estava funcionando. Pelo menos iria leve até a cidade. Um ponto super positivo na Grécia é que eles sabem que ninguém fala grego; logo, sempre tinha a tradução em inglês nas placas. Achei o metro e ele estava funcionando. Uns trinta minutos depois já estava no centro. Perguntei (melhor, mostrei o endereço do hostel) e em menos de 5 minutos já estava nos hostel. Fiz o checkin no Athens Backpackers, deixei as minhas coisas no quarto e fui procurar a Larissa. Ela estava em outro quarto e tinha feito amizade com duas mexicanas e uma outra brasileira (a Liana). Expliquei o meu perrengue e ela me emprestou uma toalha de rosto e coisas de banho (eu tinha trago uma muda de roupas na mochila, menos mal). O banho foi mais ou menos. A água só tava saindo na torneira de baixo e tinve que tomar banho quase ajoelhada...fomo para um barzinho badaladinho, com música eletrônica, água de grátis; aproveite e provei a cerveja grega alpha, que é bem parecida com as nossas brasileiras. E assim terminou meu primeiro dia. 
Leu o grego? Nao? Tem em inglês tb...rs



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